da inutilidade
a partir de Heiner Müller
da Inutilidade surge da necessidade de construção de um dispositivo cénico que permita um diálogo implicado num diagnóstico crítico sobre a actualidade, através da escolha de elementos extraídos do Universo de Heiner Müller.
Dois corpos distintos, individual e colectivamente, submergem no passado e nos seus fantasmas de outrora, herança essa que nas palavras de Müller dirigem-se de forma directa ao pesadelo da guerra e a uma sociedade cicatrizada pela mesma, fantasmas esses, que se mantêm perpétuos na perspectiva de um futuro.
Assiste-se a um crescendo de Violência Verbal, com o uso das palavras assertivas de Müller; Visual, com a projecção de imagens reais (a Europa quotidiana) e de televisão, bem como Física, com o uso do corpo até ao limite da sua banalização, culminando na implicação do público que num momento específico ao ser captado, se vê a observar. Toda esta espiral de violência se desvanece na quase fatal condição contemporânea da não-consequência, alimentando a sensação de inutilidade.
Estes dois homens são fragmentos, os quais devem ser preenchidos pelo espectador a fim de estabelecer uma conexão entre narrativas aparentemente desconexas, associando-os a um ambivalente desejo de destruição: valores artísticos, políticos, económicos e até religiosos, engendrando, com isso, novas formas de expressão e percepção - procuram portanto um lugar comprometido com a própria implosão da cena teatral, uma aparência de fragmentos que, dessa forma, lembram as ruínas da Civilização Moderna.
Festival de música da fofolete negra
2 DE MAIO VOLTAMOS DA BOLÍVIA
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